Cuba enfrentou uma nova crise alimentar, levando o governo a anunciar a redução do peso do pão incluído na cesta básica. A medida, que diminuir o peso do pão de 80 gramas para 60 gramas, é uma resposta à escassez de farinha de trigo no país. O preço do pão também foi ajustado, passando a custar 75 centavos de peso cubano.
A situação é alarmante, especialmente para os cubanos que, em média, recebem cerca de 4,5 mil pesos por mês. Muitos cidadãos relatam dificuldades em adquirir pagamentos mais caros disponíveis no mercado. Uma moradora de Havana expressou sua renúncia à Reuters: “Temos de aceitar, o que mais podemos fazer? Não há outra opção.”
O pão, um dos poucos produtos ainda subsidiados em Cuba, é vital para a alimentação da população. O Ministério da Indústria Alimentar (Minal) atribuiu a falta de farinha ao embargo comercial imposto pelos Estados Unidos, uma justificativa frequentemente utilizada pelo governo cubano para explicar a crise econômica.
A ilha do Caribe enfrentou uma grave escassez de alimentos, combustível e medicamentos, o que levou a um aumento significativo na emigração de cubanos para os Estados Unidos. Para atender à demanda diária, Cuba precisa de cerca de 700 toneladas de farinha, a maior parte importada, totalizando aproximadamente 21 milhões de toneladas por mês.
Anayra Cabrera Martínez, diretora-geral do Minal, afirmou que a redução do peso do pão não é uma solução permanente, mas uma medida necessária para evitar interrupções na produção. Segundo ela, é preferível garantir que a população receba uma quantidade menor de pão do que a falta total do produto.
A escassez de recursos não é uma novidade para os cubanos. Em março deste ano, o governo já havia implementado um racionamento de energia para evitar um colapso total na ilha devido à falta de combustível. O sistema de racionamento, que inclui um livro de registro conhecido como libreta , já foi um símbolo da revolução de Fidel Castro, mas atualmente oferece apenas uma fração dos produtos que antes eram garantidos.
Os relatos de insatisfação são comuns entre os cidadãos. Um morador de Havana criticou a qualidade do pão, afirmando que “a farinha tem gosto de ácido”. A situação se agrava com a escassez de leite em pó, um item essencial que levou Cuba a buscar ajuda do Programa Mundial de Alimentos no início do ano.
A crise alimentar em Cuba é um reflexo das dificuldades enfrentadas pelo regime socialista, que continua a lutar contra a escassez de insumos e a baixa produção agrícola. A população, por sua vez, vê-se obrigada a se adaptar a uma realidade cada vez mais solicitada.